Terra, mortos, uma poeira de mortos que se ergue em tempestades, e esta mão que me prende e sustenta e que tanta força tem...
Como em ti, há em mim várias camadas de mortos não sei até que profundidade. Às vezes convoco-os, outras são eles, com a voz tão sumida que mal a distingo, que desatam a falar. Preciso da noite eterna: só num silêncio mais profundo ainda, conto ouvi-los a todos.

Raul Brandão, in 'Húmus'

4 comentários:

  1. lindo... é o teu regresso em grande!

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  2. Que imagem espantosa! Mesmo! Um beijo grande

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  3. "Como em ti, há em mim várias camadas de mortos não sei até que profundidade."

    Nesse momento eu até pude senti-los.

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  4. Este foi um dos poucos livros que não consegui suportar, conduzir-me nele até ao fim. Derruba qualquer ser.

    A litle bird

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