Táctica y Estrategia

Mi táctica es
mirarte
aprender como sos
quererte como sos

mi táctica es
hablarte
y
escucharte
construir con palabras
un puente indestructible

mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
pero quedarme en vos

mi táctica es
ser franco
y saber que sos franca
y que no nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
ni abismos

mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
simple
mi estrategia es
que un día cualquiera
no sé cómo ni sé
con qué pretexto
por fin me necesites.
Mario Benedetti


Cesariny/Satie



mário cesariny
primavera autónoma das estradas
1980

oooh baby



Casablanca, 1942


A maior liberdade é a cama vazia. Já a liberdade maior é uma história completamente diferente.

Pedro Jordão

(roubado  aqui, obrigada)

right trough the very heart of it



Shame (Steve McQueen) 2011 Soundtrack
(versão completa Carey Mulligan, mas sem imagem aqui )

Fome



Manderlay, Lars von Trier
2005
  Secret Remedies, essay photgrams
Michelle Charles




Books have the same enemies as people: fire, humidity, animals, weather, and their own content.

Paul Valery




na Arte, em Deus..., em Algo que nos salve
e nos faça atingir o alvo que nos perde.

António Barahona
Teus Olhos

Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima,
silêncio que fala,
tempestades sem vento, mar sem ondas,
pássaros presos, douradas feras adormecidas,
topázios ímpios como a verdade,
outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro
duma árvore e são pássaros todas as folhas,
praia que a manhã encontra constelada de olhos,
cesta de frutos de fogo,
mentira que alimenta,
espelhos deste mundo, portas do além,
pulsação tranquila do mar ao meio-dia,
universo que estremece,
paisagem solitária.

Octavio Paz


Respirar cores com os ventos
Nos grandes ares.


  Else Lasker-Schüler


Preciso Me Encontrar
Cartola

Deixe-me ir
 Preciso andar
 Vou por aí a procurar
 Rir prá não chorar
 Deixe-me ir
 Preciso andar
 Vou por aí a procurar
 Rir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
 Ver as águas dos rios correr
 Ouvir os pássaros cantar
 Eu quero nascer
 Quero viver...

Deixe-me ir
 Preciso andar
 Vou por aí a procurar
 Rir prá não chorar
 Se alguém por mim perguntar
 Diga que eu só vou voltar
 Depois que me encontrar...
 



Dizendo que vale a pena jogar na confiança; que é bom estar de sobreaviso quando tudo nos corre bem; que o máximo da maré baixa é a véspera exacta do encher da maré; que não é mau cantar-se quando chove; que não façamos muito má cara às nossas fraquezas, porque nos pode ficar o rosto demasiado franzido perante as fraquezas dos outros; que não prejudica bater às portas, quer se abram ou não; que não julguemos ser senhores da verdade; que nada excluamos em nós para ficarmos mais belos, porque nos arriscamos a ser as galinhas tristes que os jardineiros de mau gosto talham dos fortes buxos; e, finalmente, que não demos importância às conclusões que tiraram os outros de suas experiências: para nós só são fecundas e válidas as que nós próprios tivermos.

Prof. Agostinho da Silva


Blanco, 2008 (fragmento) Octavio Paz
Vozes: Octavio Paz, Mario Gas, Lluis Homar, Paco Ibáñez
Música: Pascal Comelade




Música elaborada a partir do poema BLANCO de Octavio Paz,
tradução de Haroldo de Campos, interpretada por Marisa Monte.
Clip produzido por Coccinelle

TINTA POR UMA LINHA










Trabalhos do Poeta
XII.
Depois de ter cortado todos os braços que se estendiam para mim; depois de ter entaipado todas as janelas e todas as portas; depois de ter inundado os fossos com água envenenada; depois de ter edificado minha casa num rochedo inacessível aos afagos e ao medo; depois de ter lançado punhados de silêncio e monossílabos de desprezo a meus amores; depois de ter esquecido meu nome e o nome da minha terra natal; depois de me ter condenado a perpétua espera e a solidão perpétua, ouvi contra as pedras de meu calabouço de silogismos a investida húmida, terna, insistente, da Primavera.

Octavio Paz
Antologia Poética, Publicações D. Quixote

 


Close your eyes
Let them rest
I ain't in no hurry, hurry at all
Rest your head upon my shoulder
I swear I will carry, carry you on

I won't let you go, go on hungry
I won't let you cry, without a hand to dry

Rest your hands
Leave them tender
They weren't made for working, working at all

I won't let you go, go on hungry
I won't let you cry, without a hand to dry

Rest your soul, live in peace
I won't let you worry, worry at all

I won't let you worry, worry at all
I won't let you worry, worry at all


PALAVRA,FRASE

Palavra, frase - E as cifras falam
a vida vivida, súbito sentido,
o sol estaca, as esferas calam,
tudo se concentra a ela volvido.

Palavra - um brilho, um voo, um fogo,
um jacto de chamas, de estrelas um traço -
em redor do mundo e de mim há logo
o escuro medonho no vazio espaço.

GOTTFRIED BENN

la mágica locura total de revivir



(...)
¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Cuando anochezca en tu porteña soledad,
por la ribera de tu sábana vendré
con un poema y un trombón
a desvelarte el corazón.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Como un acróbata demente saltaré,
sobre el abismo de tu escote hasta sentir
que enloquecí tu corazón de libertad...
¡Ya vas a ver!
(...)

Astor Piazzolla

Com dedicatória

 

NÁUSEA


era uma colina sem centauros
(nem desejos)
uma colina sem delírios nem sextantes
onde o maduro tempo
(e a regular sangria)
era roupa lavada

era um martírio a jusante
sem golpes nem porfias
onde a regimental usura
punha excessivo rigor
sobre a vida mal passada

era uma culpa assestada
no olho aberto do ovo
que ardia chama incessante
sem áureo corte
(rasante)
quando a vontade era nada


Antonio Fernando de Franceschi