Asfixiado, foge e não foge, oscila e uiva, afasta e aproxima fronteiras, folheia-as e dobra-as umas sobre as outras, e assim as frases e o país rolam, alteram-se as suas várias camadas, revolucionam-se os fósseis, as estrelas mortas, as raízes, e entretanto o parênteses vai pulsando, dilatando-se e diminuindo, acendendo-se como um coração, desejo que se adia e adia
o leitor.

Manuel Gusmão, O leitor escreve para que seja possível


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