Consome com os dentes o cinzento
E ardem loucos os vermelhos
Que cobrem a erva que me doira
O chão do peito
Afinal então batem-me aqui
Este tambor de sangue
Como um sexo de tempo
Pela vida dentro
E estou para gritar
(parece tão simples, agora eu dava-te a mão, sorria com força, dizia-te as cores da esperança que fui catar com um ancinho, punha-a suave no teu bolso e ardíamos os lábios abertos ao temporal de acreditar)
Então não grito.
Agarro-te na boca
E venho contigo
num abraço
Fazer amor à multidão
Manuel Cintra
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