NÁUSEA


era uma colina sem centauros
(nem desejos)
uma colina sem delírios nem sextantes
onde o maduro tempo
(e a regular sangria)
era roupa lavada

era um martírio a jusante
sem golpes nem porfias
onde a regimental usura
punha excessivo rigor
sobre a vida mal passada

era uma culpa assestada
no olho aberto do ovo
que ardia chama incessante
sem áureo corte
(rasante)
quando a vontade era nada


Antonio Fernando de Franceschi

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